Desculpem-me, se me chamo Vida!

Desculpem-me, se me chamo Vida,

se não sou o que vocês querem...

Nessa inquietude,

sou a juventude,

sou a velhice pobre

e a meninice

dos tais filhos de pais nobres.

Desculpem-me os que não tem juízo,

os que contabilizam prejuízos,

os que atentam sempre contra os loucos,

os deprimidos,

os oprimidos.

Não, não quero mudar meu nome...

Não, não quero vê-los passando fome...

Eu sou a natureza,

eu sou a realeza,

eu sou a liberdade

e a cidade bem guardada

e a desleixada...

eu sou qualquer momento,

eu sou o seu tormento,

eu sou a mais sofrida:

a temida,

a odiada,

sou a Vida!