Café Quente

Xícara de café cheia, uma caneta na mão e um papel ainda em branco. Madrugada em claro é assim, não quero dormir. Aproveito e peço aos céus um pouco de proteção, a você, ao futuro. Ainda nesse momento de insônia tento escrever algo. Não necessariamente uma poesia rimada, só estrofes ou pequenos versos do que vivo agora.

Café forte, aquele gole de queimar a língua.

Volto às orações. Peço dessa vez que aos anjos que lhe dêem tranquilidade. Assim como eu, eles sabem os seus desafios.

Mil memórias, é, a madrugada tem dessas coisas. As estrelas do céu interior me trazem isso.

Preparo mais café. Um pouco mais forte. Agora com menos açúcar.

E seus sonhos, querida?

É tão bom ver sua força para realizá-los, quanta coisa anda enfrentando pra isso, não? Quantas lágrimas derramadas e gritos jogados ao ar.

Pode até não dar certo ainda, mas sua garra, que me orgulha, levará aonde merece. E você merece.

E o choro-alegre, cheio de sorrisos que você terá. É algo que eu também mereço.

Tenho que comprar mais desse café, forte. Muito bom.

Acho melhor tentar encerrar por aqui. Quanto mais me aprofundo em pensamentos que me levam até você, mais eu sinto saudades. Quase uma abstinência.

Você é viciante. Assim como escrever, fumar e beber café podem ser. A diferença é que essas últimas três são supérfluas. Você não, é parte de mim. E por isso, te espero tanto. E torço tanto pra logo te ver. Vou deitar. Voltar às orações. Repeti-las, como mantras.

Que os anjos estejam ao seu lado. E que eu possa me virar um dia sem eles.

Disritmia
Enviado por Disritmia em 28/09/2011
Código do texto: T3245374
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