Venho falar-te da gralha banhando-se
no fumo do teu cigarro
espanejando-se e saindo do teu cinzeiro abandonado
livre rebrilhando de negro azul qual fénix
para sair procurando seus pequenos cacos e nicos e ticos nadas
brilhos rebrilhos de azuis

usando ao inverso de ti e de mim o mau para o bem

venho falar-te
da simples grandeza que existe na simplicidade

venho pedir-te
observa
há várias gerações que garça real pratica
na rã cirurgia genética


venho contar-te
de que tanto o gato doméstico se droga
na erva dos gatos que cresce espontânea no teu jardim
como o jaguar na trepadeira Iaga e livres prosperam
escondidos nas florestas da América do sul

enquanto os homens deixarem

em aparente contraste
venho falar-te
das renas
que escavam as neves espessas
em busca do cogumelo pintado de vermelho e branco
venho falar-te do povo sami
que vive na pré história em cadeia com a rena
e usa a sua urina para ter a ilusão que voa

tu fazes a festa do pai natal
qual de vós brinca de acreditar no quê?!

venho falar-te do lémur
embriagando-se na natureza

venho dizer-te que o pássaro do mel se alimenta mas nunca destroi a colmeia

venho pedir-te que acordes

sê és muito mais que uma besta humana
nota como todo o infinito se toca

pára e pensa!