AVANTE!
Avante!
Já há muito tempo a canção dizia.
Avante e sempre avante todos
Que não se dobram as ordens
Daquele que à mão a espada traz
E manda sem escrúpulos à vala
Quem da vida se acha senhor.
Eles estão por ai e sempre a postos,
Contam aos milhares mesmo que invisíveis,
E como se fossem a Hidra
Não cessam em multiplicarem-se.
Avante!
Todos aqueles que se postam
E enfrentam, com suas vidas se preciso for,
O caudilho que por outros nomes também se conhece.
Avante, companheiros incansáveis,
Dizia a canção há muito já cantada.
Avante e sempre avante todos
Que unidos, e mesmo ideal,
Não recua à espada nem à bala disparada.
E em memória àqueles em cuja luta nos espelhamos
Nunca esqueceremos que muitos
Caíram sob o golpe fatal da espada.
E viúvas, ainda recém-desposadas,
Sem seus maridos, tinham só a lembrança
Do filho que no colo embalavam.
Avante!
Ó gente famélica da fome.
Avante, companheiros guiados
Pelo ideal da igualdade universal.
Avante, mulheres
Igualmente reverenciadas e lembradas.
Sois o arrimo dessa coluna que caminha.
E sempre avante são nos seus braços
Que encontramos o amparo tão necessário.
Avante!
Dizia a canção, há muito cantada.
Avante!
Ó gente famélica da fome.
Avante poetas e sonhadores,
Que balas e nem espadas
Farão parar a grande caminhada.