A Lua e o Pássaro Azul
Cumpria a Lua sua missão: inspirar os poetas, refletir a luz, seduzir os amantes, iluminar os caminhos dos que estão perdidos dentro da noite....
Mas um dia desavisada do que o amor é capaz, parou para escutar um Pássaro que cantava.
Eram canções tão doces, e o Pássaro tão lindo – e azul, da cor do amor – tão belo e irresistível, que encontrou-se a Lua, - não mais do que de repente - absolutamente apaixonada.
Mas aí, soprou novamente o vento, e levou o seu Pássaro Azul (o amor já o havia tornado o "seu" Pássaro Azul)... E a Lua viu-se completamente perdida...
- O que faria com o amor que intensamente brotara em seu ser? (Amor contido é como fogo, e nos queima e dilacera por dentro).
- O que fazer com as poesias que furtara ao poeta para ofertar ao seu amor?
- O que fazer dos suspiros aprendidos com os amantes apaixonados?
Já não mais estava ali, o objeto do seu amor... Até o dourado de sua cor se tornara azul, cor do seu amor, e já seus raios de luar não desciam sobre a terra, voavam por sobre ela...
Poeta, tu que anda por todos os mundos buscando inspiração para os seus poemas, e tão amigo é da Lua que lhe permite furtar versos teus para o seu amado, não ligue para sua cor azulada, escreva para ela uma poesia sobre o seu Pássaro Azul ( sei que ela acreditará em qualquer coisa que seu volúvel coração de poeta declamar) , diga-lhe que seu pássaro só voou ao encontro de si mesmo, - foi procurar seus sonhos – mas quem sabe se no próximo verão, depois de árduo inverno e florescente primavera, não fará no coração da Lua, o seu ninho de verão?