Ao Sabiá Laranjeira
Ao Sabiá Laranjeira
Delasnieve Daspet.
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É madrugada ainda...
Ouço o cantar, na praça,
Do Sabiá...
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Mudou o horário
Da serenata alvissareira,
Duelam as duas da manhã
Os Sabias Una e o Laranjeira.
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Antes, quando se respeitavam,
O habitat dos animais,
O canto vinha com a aurora,
Quando esta espargia
Seus raios sobre a terra.
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Seus cantares anunciavam
O sol radioso que cobria
A natureza de luz.
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O sabiá volitava
Suas rápidas asas pela cidade,
Antes de pousar seu canto,
Na laranjeira do quintal.
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Acordou-se o sabiá,
As duas da manhã,
Com tanta luz,
Já não distingue o dia e a noite.
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Não lhe amedronta o barulho,
Faz pouco caso do perigo,
Estufa o peito
E enche os ares com seu canto.
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Cante, Sabiá!
Tu, apoio de minha velhice,
Te espero ouvir,
Até o instante final.
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Por ti, não dou fim nas primaveras,
Muito menos na laranjeira,
Te esperam toda matina,
Ração e água limpinha.
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Que a bela voz de Calíope te inspire,
Que Éolo, deus dos ventos,
Afaste as brisas ligeiras,
Que Apolo, deus da música, te conserve,
Que Nyx o deus da noite abraçado a
Orfeu, deus do cantor e do poeta ,
E o supremo Zeus – te mantenham livre,
Cantando em minha laranjeira.
DD_Campo Grande - MS, 18 de setembro de 2011
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