FIM DE EXPEDIENTE
E de repente viu que não era dia
Já era noite, noite mais que noite
Que outra igual não conhecia.
Saiu sem saber as horas
E caminhou por becos e ruas escuras.
Na mente Alan Poe era companhia
Daquelas e de tantas
Outras horas não dormidas.
Bebeu vinho barato e fumou.
E à prostituta, profissional das cidades,
Ouvinte de histórias tristes e de amores gastos,
Fez como de sempre
A saudação habitual dos cavalheiros.
Naquela noite não disse uma palavra,
Era noite de Alan Poe.
Foi pra sua casa e no chão se deitou,
E acordou atrasado pro trabalho.