INÊS E A GALINHA ZOREIA
Dona Inês morava sozinha,
Ela e sua especial galinha.
As duas brincavam e pulavam no chão,
Elas eram pura diversão.
Zoreia era sua galinha de estimação,
A galinha assistia até televisão.
Elas ficavam no sofá felizes da vida,
As vezes recebia a visita de sua irmã Margarida.
No sábado de aleluia o Judas era colocado no portão,
Todas as crianças pedia bala como manda a tradição.
Aquela senhora jogava balas para toda a molecada,
Mas quando queimava o Judas no poste dela, ficava enfezada.
A janela dela abria-se todo dia,
Este era o sinal de que ainda tinha energia.
De repente não se abriu mais a janela,
Os vizinhos começaram a sentir falta dela.
Um cheiro forte se espalhou pela sacada,
Lá estava dona Inês estática e calada.
Deitada, paralizada, amarelada em seu colchão,
A galinha Zoreia tristonha sentada em sua mão.
Todos os vizinhos ficaram tristes com aquela situação.
Que horrível! ver a velha ser jogada num rabecão.
Foi uma cena deprimente e muito marcante,
Dar adeus aquela mulher naquele instante.
A dona Nésia que era vizinha, resolveu a Zoreia adotar,
Mas ninguém aguentava a noite o seu lamentar.
Com seu co-co, co-co, a galinha Zoréia entristecia a rua,
Com seu co-co, co-co, a galinha Zoréia estremecia a lua.
Durante muito tempo Zoreia sentiu tristeza,
Mas com dona Nésia aprendeu a viver na natureza.
Vivia entre as galinhas, patos, papagaios e gavião.
Lá no fundo,a galinha Zoreia sentia falta da mordomia do casarão.
No sábado de aleluia já não tinha mais brincadeira,
Dona Inês com as crianças era pura sincera e verdadeira.
O velho casarão continua no mesmo lugar,
As boas lembraças o tempo não pode apagar.
Dedico esta poesia em homenagem a D.Inês ( in memorian) por tido paciêcia com as criançada daquela época.