[Laços: Capturas]
Os tradicionais laços da vida, aqueles nós:
sob as suas voltas hígidas, retesadas, brilhantes,
jazem, por vezes, voltas e voltas apodrecidas;
são as laçadas rotas, mascaradas de onipotências,
ou de corrompidas aparências saudáveis.
Assim como os fungos, elas crescem à falta de luz,
de palavras emudecidas,
diálogos desacontecidos... silêncios.
Ao olho desarmado, nu, surgem
as carnes podres de uma relação vencida
que, mesmo disfarçadas com perfumes enganosos,
declaram a data de validade há muito ultrapassada.
Casamento? Eu não disse nada... eu nem sei falar!
Mas sei de capturas, ou de incognoscências traidoras...
Abismos surgidos ante meus passos descuidados.
[Desterro, 16 de setembro de 2011]