AMAR. AH, AMAR!

Amar parece vulgar

O amor não morreu

Apenas se escondeu

Nas dobras da timidez

Ama-se sem olhar nos olhos

Sem apertar a mão

Sem beijar na face

Sem sentir o eflúvio do corpo.

Amar é sutileza

Não pede para vir

Nem avisa a hora de chegar

Não requer anúncio

Nem exige predisposição

Amar não é condição

É fenômeno como a chuva

Como o raio

E o trovão

Pode cair em terra fértil

Ou se perder na imensidão

Só não é coisa de projeto

Que dá pra baixar decreto

Não é um mero objeto

Que se manipula, exceto

Se já se vê algo certo

Amar só acontece

Se há encanto e tesão.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 14/09/2011
Reeditado em 14/09/2011
Código do texto: T3219073
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