AMAR. AH, AMAR!
Amar parece vulgar
O amor não morreu
Apenas se escondeu
Nas dobras da timidez
Ama-se sem olhar nos olhos
Sem apertar a mão
Sem beijar na face
Sem sentir o eflúvio do corpo.
Amar é sutileza
Não pede para vir
Nem avisa a hora de chegar
Não requer anúncio
Nem exige predisposição
Amar não é condição
É fenômeno como a chuva
Como o raio
E o trovão
Pode cair em terra fértil
Ou se perder na imensidão
Só não é coisa de projeto
Que dá pra baixar decreto
Não é um mero objeto
Que se manipula, exceto
Se já se vê algo certo
Amar só acontece
Se há encanto e tesão.