Atrvessar o Rio
Atravessar o rio
Bem sabemos que a nossa vida é como um rio, que ao nascer já começamos a nadar, é preciso olhar a diagonal e com ajuda das correntes pode se tornar mais simples. Existem alguns que ao iniciar, em tão pouco tempo são tragados pelas águas, outros vão debatendo, desviando dos troncos, dos barceiros e barreiras. O rio toma outra forma devido o lugar plano, seu leito enlarguece, as águas se tornam rasas como também lentas, parece não ter pressa, então podemos apreciar o seu tesouro aquático, observar cada detalhe, as plantas dançando nos pequenos remanses, águas cristalinas, peixes de várias espécies e tamanho, uns em cardume outros solitários, mas sempre visando ou sendo mirados na cadeia alimentar, aves mergulhando sem medo em busca de seus alimentos, outras sendo perseguidas, mas mesmo assim não deixa de ser um paraíso, e o tempo passa e não percebemos. Ao chegar em outra faze, o rio começa a mudar, novas águas, barrentas que não permitem enxergar onde irá pisar, nisto estará sujeito a tropeços ou buracos, e é aí que começa as fadigas as angústias por não saber que atitude deve tomar, se para e fica flutuando deixando as águas te levar ou encara a situação, tudo escurece, não sabe o que está a sua frente, o pânico toma conta de sua mente e logo esmorece no cansaço que consome o restante de suas energias, chegando a dizer que não há mais solução , mas é aí que o Salvavidas chega e suspende dizendo: ”Não temas! Você não está só, venho te acompanhando a cada braçada”. E naquele momento as misericórdias do Senhor renova as nossas forças e daí a pouco você volta a nadar em busca do seu portuário. O manancial ao chegar no vale estreito, as águas se tornam mais profundas, onde não há apoio, as torrentes lhe domina e lhe arrasta para lugares que ninguém nunca imaginou, deixando-o machucado e com dores, mas se você está envolvido com o anti-naufrágio (A Palavra), ele não vai permitir que as circunstâncias das águas lhe afogue, e então a cada braçada uma nova experiência, lhe dando indicações e prudência para agir diante dos remanses ou, como desviar de algum obstáculo. Quando menos esperamos, encontramos com piranhas com suas serras dentárias afiadas, que poderão devorar ao que descuidar-se, é preciso saber agir para não cair nas suas atrações e delas sair ileso. Há momentos em que o nadador se acha o tal e não quer atender a voz do seu instrutor, quer tomar qualquer direção, procura atalhos onde não devia, nada contra a corrente, então ela o maltrata, deixando moído, quebrando sua cara nas pedras e barreiras, é nesse momento que se pensa e diz: não devia ter ido por ali... Diante tudo isso, uma coisa eu sei que: sem a ajuda do Salvavidas, sem a função do colete e sem as experiências que provei, eu não estaria mais aqui. Não sei se a margem está próxima ou quantas fazes ainda hei de enfrentar, águas cristalinas ou barrentas; mansas ou bravas; inundações ou quase seco...no entanto eu chagarei ao meu Porto Seguro, pois não estou só e através dessa companhia é que tenho a garantia de que irei completar o meu trajeto sem naufragar.
Gilson Felinto