CONSIDERAÇÕES EXTEMPORÂNEAS III
(Quase nada a respeito de menos ainda...)
Se acaso eu merecesse talvez eu devesse ter
Um pouco de paz, um pouco mais, mais e mais.
Amor não, que esse, eu acho, não mereço mais.
Amor que eu tive, se é que tive, quando tive,
(E nem sei onde estive, se no Lete ou no Estige),
A pairar entre a imortalidade e o esquecimento
E esquecer seria o maior, talvez o único alento
Para o horrível tormento dessa terrível dor,
A morte enfim bem-vinda desse tolo sentimento
(ou talvez essa maldição) a que chamamos amor...
E que é sempre um grande exagero de nossa parte
Qualquer amor ser chamado de amor, meu amor!
E mesmo assim, ainda assim, valer tanto a pena...
E eu nunca mais vou caber em uma simples palavra,
Eu nunca mais vou caber na palma da sua mão,
Na distração de um seu olhar mais desinteressado,
Eu não vou caber nunca mais no seu pensamento
E nem nos labirintos de sua mais pura imaginação,
Não vou habitar os abismos de seus esquecimentos
Nem viver nos desertos ermos de seus sentimentos.
Qualquer lembrança é só um hábito, como um vício,
O alto de um precipício antes do voo insano e ousado,
E essas asas quebradas por qualquer malefício...
Agora segue a vida no tempo que segue em frente
A gente nem olha mais tanto para trás, nem olha
Nem olha tampouco para frente, a gente sempre mente
Inventa mundos ideias deuses medos segredos mentiras
A gente inventa monstros infernos desculpas e as culpas
Depois de tudo a gente inventa de desinventar o inventado
E na hipocrisia demasiadamente humana e tão mundana
Acendemos uma vela para qualquer deus e uma pro diabo...
E desconhecemos de propósito os próprios piores pecados
E dá medo de viver, dá medo de sonhar, dá medo de morrer
Dá medo do medo de ter sempre o mesmo medo do medo
O arremedo de nossa coragem é um tanto de fingimento
Raça maldita que não come o que mata e mata o que não come
Raça maldita que devora o mundo inteiro e ainda assim passa fome
Raça maldita que tanto pensa e tanto ama tanto quer e sabe o nome
E toda arte apenas para traduzir sua pior parte
E sua melhor parte para existir sem nenhuma arte...
(Quase nada a respeito de menos ainda...)
Se acaso eu merecesse talvez eu devesse ter
Um pouco de paz, um pouco mais, mais e mais.
Amor não, que esse, eu acho, não mereço mais.
Amor que eu tive, se é que tive, quando tive,
(E nem sei onde estive, se no Lete ou no Estige),
A pairar entre a imortalidade e o esquecimento
E esquecer seria o maior, talvez o único alento
Para o horrível tormento dessa terrível dor,
A morte enfim bem-vinda desse tolo sentimento
(ou talvez essa maldição) a que chamamos amor...
E que é sempre um grande exagero de nossa parte
Qualquer amor ser chamado de amor, meu amor!
E mesmo assim, ainda assim, valer tanto a pena...
E eu nunca mais vou caber em uma simples palavra,
Eu nunca mais vou caber na palma da sua mão,
Na distração de um seu olhar mais desinteressado,
Eu não vou caber nunca mais no seu pensamento
E nem nos labirintos de sua mais pura imaginação,
Não vou habitar os abismos de seus esquecimentos
Nem viver nos desertos ermos de seus sentimentos.
Qualquer lembrança é só um hábito, como um vício,
O alto de um precipício antes do voo insano e ousado,
E essas asas quebradas por qualquer malefício...
Agora segue a vida no tempo que segue em frente
A gente nem olha mais tanto para trás, nem olha
Nem olha tampouco para frente, a gente sempre mente
Inventa mundos ideias deuses medos segredos mentiras
A gente inventa monstros infernos desculpas e as culpas
Depois de tudo a gente inventa de desinventar o inventado
E na hipocrisia demasiadamente humana e tão mundana
Acendemos uma vela para qualquer deus e uma pro diabo...
E desconhecemos de propósito os próprios piores pecados
E dá medo de viver, dá medo de sonhar, dá medo de morrer
Dá medo do medo de ter sempre o mesmo medo do medo
O arremedo de nossa coragem é um tanto de fingimento
Raça maldita que não come o que mata e mata o que não come
Raça maldita que devora o mundo inteiro e ainda assim passa fome
Raça maldita que tanto pensa e tanto ama tanto quer e sabe o nome
E toda arte apenas para traduzir sua pior parte
E sua melhor parte para existir sem nenhuma arte...