O vento conduz as folhas anunciando que frio instaurado pelo inverno rigoroso e seco, passará. As flores anunciam a chegada da primavera e o perfume acentuado pelo vigor do vento, conduzem lembranças que pareciam não mais existir. O fato é que o frio, a fragrância, o vento... tudo me faz recordar. Portas de saudades, despidas pela solidão que hoje se instaura. Não sei se por destino, não ao acaso, almas que se pretendiam, perderam-se. Rumos opostos, histórias diluídas, destinos inconclusos, vidas perdidas. O vento acalma o íntimo rogando-lhe à serenidade pretendida. Resta-lhe o olhar, o ruído sonoro que traz de volta as lembranças, abrindo espaços vazios até então encobertos. Como tesouro oculto, envolvendo sensações, sentimentos e desejos... Submergidos, abafados por uma realidade quase que imposta. O que se pretendia era pouco, suficiente para que a felicidade fizesse morada. Sítios de solidão inundados em incertezas, revolvendo o passado transformando o que se ajuizava uno em diversidade.