[Receita de Intimidade Insuspeita]

Verdade que... verdade nada que isto nem existe! A verdade muda, é histórica, e não eterna como [ainda] pensam os ingênuos!

Assim, verdade que um homem não deve andar por aí, assim, a divulgar suas intimidades...

Não há no mundo coisa mais passível de ser mal interpretada que uma atitude como essa! Ou há? Sei não, sei mais nada não; a vida só me contradiz, só me contraria! Desgosto que tenho é de não ter coragem de me matar! Recrianço-me, divirto-me com essas coisas inúteis, banais!

A pois... contrariando preceitos aprendidos de minha mãe grande, aqui vai:

1) duas porções de frutas - mamão e banana; ou mamão e maçã; ou mamão, maçã e abacaxi.

2) duas colheres de sopa bem cheias de aveia, e duas de linhaça dourada triturada [previamente, óbvio] no liquidificador,

3) quatro ameixas pretas, sem caroço,

4) um colherinha [de chá] de canela,

5] uma colherinha de cacau em pó [sem açúcar]

6) leite, até dar ponto de líquido pastoso... bebível, é claro.

Agora, e só bater essa gororoba com o mixer, e depois, bebê-la com os seis comprimidos de prolongar vida [atenolol, sinvastatina, etc]. Depois de beber a deliciosa gororoba, vem passo seguinte,

7) uma fatia de queijo fresco derretida no maldito micro-ondas [ah, que saudade do fogão de lenha do Chalé Amarelo... Minas, nunca mais!], com um fatia do pão integral bem seco, sugar-free, high fiber content [em Inglês a gente fica mais convencido, né?], e um copo cheio de café, sem açúcar, é claro.

Ai está um aspecto significativo de minha intimidade! Eu repito essa receita todas as manhãs, todas... relentless [outra vez o Inglês...], e até hoje, quase aos cem anos de idade, eu nunca morri. Não sei para que serve, para que é que é boa; tomo por gosto mesmo... Sou Físico Nuclear, experimental... assim, criei essa receita, e faço fé nela! Ela me leva até o final da manhã, sem fome... e tomara me levasse assim, até o fim da vida!

[PS - se houver interesse, conto do meu almoço...

[Penas do Desterro, 12 de setembro de 2011]

Em tempo: contaram-me que o Senado Romano, na decadência, reuniu-se para discutir a melhor maneira de comer galinha... Se eles, os romanos antigos, perpetraram tal feito, por que não posso eu, que já estou a um passo da morte, apenas publicar a minha receita íntima?