Queimava

O sol poente era vermelho,

e reluzia em seus olhos a paixão,

olhos que me fitavam como o ardor do fogo,

que queimava o cerrado,

eram as fumaças no céu,

eram fumaças narguilíneas,

de um novo setembro.

Exalavam os perfumes anizados,

em teu corpo a vida do Egeo,

ah! seu cheiro que me fazia lembrar o passado,

quando nos amamos tanto,

suas mãos deslizavam novamente minhas costas,

escalando minhas vértebras,

massageando minha alma,

me alvoroçando em teu prazer.

Mãos conduziam meus quadris,

que saliavam os teus,

viril, constante, insunuante e latente,

era você que brindava minha taça,

com doce champagne de teus beijos.

Desejos se juntavam e se repeliam,

tratando de me enlouquecer,

me tomando como nunca,

me dizendo do teu amor,

me mostrando teu furor,

nada igual, sobrenatural prazer.

Insaciável, vezes mais me procurava,

uma noite inteira repetindo embalos,

calcando todos os caminhos do meu corpo,

como se extasiasse de toda saudade,

a juras que não parava de repetir,

inacreditavelmente eu estava ali,

me teu corpo a me desmanchar.

Quente como o cerrado que queimava,

nada aquela noite pode se comparar,

os enamorados entregavam um ao outro,

de presente vários climaxes,

abraçava-me contando o futuro,

era eu pra você o teu mundo,

no meu mundo eu a te querer.

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 12/09/2011
Reeditado em 15/09/2011
Código do texto: T3214480
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