TRÊS GOTINHAS

 

 

 

Simone:

 

 

 

 

Simone menina

De cabelos de luz

De sorriso bom e inocente

De olhos azuis reluzentes

Pequena menina

Que sofres sozinha

Atrofiada em sofrimentos

Não te deram da agüinha

Que desfaz tormentos

Três ligeiras gotinhas

Evitariam os teus lamentos

Quisera ser médio ou cientista

Pra te curar desse mal

Mas sou um poeta

Médico sobrenatural

Da intocável alma

Sofro contigo

Chorando nossa desilusão

Apesar de tudo

É a tua juventude que invejo

É o teu sorriso que se espraia

Na tua candura sofrida

Com paciência angelical

Que vejo

Em tuas faces queridas

Por mais que tu sofras

Por mais que eu sofra

Dores, solidão, amor e desamor

Dá na alma um leve ruído

Jamais te esqueça menina!

Sempre haverá alguém mais sofrido

Teu corpo assim como eu vejo

De uma linda ninfeta

De olhos vivos, mansos e lindos

Tuas faces brancas e calmas

De aveludada borboleta

Estar ao teu lado

Mergulhado em teu olhar

Atento a tua dor

Compreendida e equilibrada

Lembro-me e penso...

O quanto eu poderia te ajudar

Tudo o que nos acontece

Dos sofrimentos às alegrias

Existe um real sentido

Um quê de compensação

Pelas duras agonias

Nossas almas são mais polidas

São capazes de aceitar

As armadilhas da vida

Quero-te minha menina

Um dia mulher

Cheia de alegria

De alma cristalina

Num sorriso transparente

Espelhar-me-ei em ti

Buscando as forças

Para o difícil viver

Quero ser meio “tu”

Isso já me basta

Ter amor para dar

Coração para compreender

Ser mais humilde

Menos orgulhoso

E a todos entender

Por isso

Quero a tua alma rica e boa

Para me envolver em seus fluidos

Quero ser o teu sonho

Viver um só instante

A tua juventude

De doce cantar e sofrer

De canções lindas

Vindas do infinito

Com som de harpa e lira

Tu és endeusada

Um anjo entre nós

Só tu tens o dom

De os anjos imitar

Simone doce Querubim

Se tu sofres

Eu sei que sofres

E para aliviar o teu sofrimento enfim

Serei o teu anjo da guarda

Com amor de um eterno Serafim

Obrigado pelo teu beijo lindo!

 

 

 


Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 18/12/2006
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