O peso de uma paixão
Essa têmpera que me forja, me faz
mais atemporal e subjetiva do que o que se inaugura
em mim dia após dia...
dando a lâmina que reluz pelos meus olhos
o rutilante que me reveste a alma...
Nesses lagos de profunda agonia há sempre
um misto de menina e mulher
que brotam independente do meu desejar...
e se espalho sementes, vão ao acaso...
tenho olhos rasos mas reservados ao
lume dos meus quereres...
e por me manterem cativa dos meus
anseios absolutos..escusos...
guardo-os como tela valiosa nos meus pensamentos...
...Sou assim eterna de mim...
eleita das minhas emoções...
cativa das minhas paixões...
noiva dos meus amores...
aprendiz dos meus pudores...
O mesmo fio que me corta...
me faz lâmina de corte...me afia e desafia...
mantendo-me presa e acesa nas
entranhas que me reconheço e
as que desando a remexer...
...Dessa profundidade inquieta
que nunca dorme...
que sempre se resolve...
nasce a mulher que se envolve
que se sustenta e ao mesmo tempo
alimenta seu nome no neon que lhe dá o dom...
...E para que a paz seja sempre uma aliada...jogo no mar minha jangada e nela levo meus poucos pertences...um coração quase lasso...os meus olhos baços...a pele cândida...
e nos braços frouxos os poucos sonhos
em cacos...deixo na margem que se afasta...
uma ilusão intacta...que em mim se alastra...
recôndita na minha vastidão...
o peso de uma paixão...