imagem/estudo/pp4/desenho
Lilianreinhardt
ONDE DORMEM AS SOMBRAS NA PALETA?
Memoriais de Sofia Zocha
A cada pincelada o golpe e a carícia, quando não é uma é outra, a mancha a desguiar e desvelar os olhos da prancha. Ele dançou freneticamente sobre a prancha e seus fractais rendilharam-lhe de espinhos as rosas dos pés enquanto pintava a vida escorria.
Zocha sentada no vestíbulo da velha casa mirava as linhas perdidas das paredes do casarão, o casarão a olhava. Ela jogava algumas manchas na tela, um vozeiro estranho ecoava. Um remoinho de ventos e ao longe na estrada que levava a alma, de um insólito viajante chegava o eco de um solitário canto. Ele parara na estrada, amarrara o cavalo no vento....Era
peregrino de longa travessia, mas, ciscaca as várzeas da alma até as estrelas. E entre a palha das horas o fogo ao longe retumbava o horizonte aceso. Mas, ele era morador do outro lado da ilha e tinha parreirais e vindimas imperecíveis. Ela estava muito longe dele quando ele passou. Ele apenas ouviu seu canto enquanto o pássaro de fogo continuava dançando sobre a tela, tecendo movimentos e respingos e a nudez das próprias ilusões. Dançava nu sobre a pintura, talvez copulasse com ela e ela lhe sugasse as marcas sudoríficas das camadas geológicas de sua nudez. Numa dança ancestral, abria-os braços...Lá vinha ela como uma montanha galopante e distante do cerúleo horizonte e dissolvia-o quando pintava no escuro de seus pântanos..As solidões não se comunicam, nem as indiferenças que esmerilham crueldades.Ela morde a própria maçã ,procura no mapa onde na cidade dos mortos poderá ser encontrado uma plantação de maçãs, elas lhe figurarão a representação das sombras ocultas onde dormem na paleta, é preciso prestar atenção na natureza, no vitral suas perspectivas defletem sobre o lago assustado...
Lilianreinhardt
ONDE DORMEM AS SOMBRAS NA PALETA?
Memoriais de Sofia Zocha
A cada pincelada o golpe e a carícia, quando não é uma é outra, a mancha a desguiar e desvelar os olhos da prancha. Ele dançou freneticamente sobre a prancha e seus fractais rendilharam-lhe de espinhos as rosas dos pés enquanto pintava a vida escorria.
Zocha sentada no vestíbulo da velha casa mirava as linhas perdidas das paredes do casarão, o casarão a olhava. Ela jogava algumas manchas na tela, um vozeiro estranho ecoava. Um remoinho de ventos e ao longe na estrada que levava a alma, de um insólito viajante chegava o eco de um solitário canto. Ele parara na estrada, amarrara o cavalo no vento....Era
peregrino de longa travessia, mas, ciscaca as várzeas da alma até as estrelas. E entre a palha das horas o fogo ao longe retumbava o horizonte aceso. Mas, ele era morador do outro lado da ilha e tinha parreirais e vindimas imperecíveis. Ela estava muito longe dele quando ele passou. Ele apenas ouviu seu canto enquanto o pássaro de fogo continuava dançando sobre a tela, tecendo movimentos e respingos e a nudez das próprias ilusões. Dançava nu sobre a pintura, talvez copulasse com ela e ela lhe sugasse as marcas sudoríficas das camadas geológicas de sua nudez. Numa dança ancestral, abria-os braços...Lá vinha ela como uma montanha galopante e distante do cerúleo horizonte e dissolvia-o quando pintava no escuro de seus pântanos..As solidões não se comunicam, nem as indiferenças que esmerilham crueldades.Ela morde a própria maçã ,procura no mapa onde na cidade dos mortos poderá ser encontrado uma plantação de maçãs, elas lhe figurarão a representação das sombras ocultas onde dormem na paleta, é preciso prestar atenção na natureza, no vitral suas perspectivas defletem sobre o lago assustado...