imagem/desenho/estudo 7aa
Lilianreinhardt


                 
  (Memoriais de Sofia/Zocha)


Na brancura da tela os tons da invisibilidade da anatomia daquele rosto austero a contemplava. Fora da moldura aquela pequena varanda recoberta de cheiros de cio das rosinhas, heras circunavegavam o remoinho da dança das abelhas. A sombra liquefeita de um corpo tremeluzia no poço de boca larga lá na esquina do tempo remoído guardado na gaveta. Varandas e poços, que interstício de simulacros sob o olhar longínquo daquela casa. Ambos então puseram-se a conversar, um diálogo de ritmos que iam e vinham. O vento revoava ....Que estação era aquela? Olhou em derredor e o verde salpicava das árvores desmanchando-se pelas sombras do chão em escrutínios de complementares em múltiplos tons avermelhados, violetados...
  Como ainda permanecera incólume entre as arquiteturas modernas que se erguiam a seu lado? Ela argüia para si muitas perguntas, sem respostas. Aquela alameda havia se desconfigurado desde o inicio, de antiga viela lentamente as construções cediam aos especuladores e aos empreendimentos imobiliários. Imensos edifícios de concreto emergiam ao espaço, e ela ali permanecera resguardada...
Ela faria alguns traços em carvão buscando um rápido esboço ...mas, a contínua inquietação da tela  levitava o esboço. Uma imensa clareira e repentinamente ela não mais se encontrava ali....