Lágrimas...

Queria não haver chorado

As lágrimas me deixam molhado

Suado

Melado

Não preciso de países

Porque não tenho terra

Só tenho a guerra que ferra

Meu país é meu refúgio

E ainda hoje eu fujo

Quero a terra que me enterra

Nessa morte que nem houve

Já te ouço a voz calada

Madrugada, madrugada...

Não quero religiões

Nem poemas

Nem canções

Sou a fera

Na quimera

Mergulhada nessa esfera

Que gera a vera espera

Faço o que faço

Na ponta do laço

Mais quente que o abraço

Do braço que caça

Não faça, não faça...

Rezo ao Deus dos Justos

Cubro-me de sustos

Volto ao começo

De novo o tropeço

Nada impeço

Só tropeço

Tomo e não peço

Caio de joelhos

E ralo meus calos...

Junto as mãos em forma de queda

Meto meu rabo entre as pernas

Que lerda maneira de ser!

Avisto um aflito

Solto meu grito

Amparo o conflito

Já não há volta

Só revolta,

Maldita revolta...