ESSE PAÍS NÃO TEM JEITO
Quando criança
Eu era o governo do lar,
Meus pais, os ministros da defesa,
Com bravura do amar
Cobria toda a despesa.
Bons tempos
Mesmo não entendendo
A arte do bem comum,
Crescia eu em família
Arquivando na memória
A ética
Dos bons costumes,
Principalmente não roubar,
E assim, ia construindo a minha história.
Aos vinte anos,
Minha primeira decepção;
Minha avó tenta redimir:
Meu neto acalme,
Os políticos são mesmo assim.
Cinqüenta anos se passaram
Desde esse espaço de tempo até hoje,
Só restam as palavras:
Esperança, o Brasil vai melhorar,
Utopia deve se acreditar.
Os escândalos vivem se ar repetir de novo,
Às vezes novos personagens, outras os engajados,
Movidos pelos acordos e as negociatas,
Ficam claras as evidencias
Desses que usam ternos e gravatas.
Ás pedras preciosas
Outros escândalos nem se falam:
Do guarda chuva, da bicicleta, até da mandioca,
E a pasta rosa, a reeleição
São tantos e tantos,
Que devagar, mata o cidadão.
Vejam que humor, os dólares na cueca,
Sustentação do assalto e o mensalão,
Palavra nova, novos dialetos,
Os sanguessugas.
CPIs pra lá e pra cá
O que vai se dá?
Nossa que tamanha pizza,
Nunca esgotada,
Quem sabe responder?
São as negociatas.
Então no futuro
Não vai haver mais escândalos?
Foram legalizados em noventa e um por cento,
Salve os professores estaduais,
Viva os catorze milhões de trabalhadores,
Do nosso gigante Brasil,
Com seus salários médios respectivos,
Seiscentos e vinte e dois reais e trezentos e cinqüenta reais
Alimentam as distorções parasitais.