OLHOS PRETOS
Com galhardia caminhava solitário por aquelas ruas. Estava acostumado a procurar no meio das pessoas, belas figuras que pudessem se enroscar em suas mãos rústicas e nos seus fortes braços.
Não lhe importava ter que pisar no lodo, se daquelas poças de água pudesse filtrar o puro e o saudável. Tomava-a em lentos sorvos.
Mostrava-se como uma escultura enfeitada com ouro, ainda que soubesse que os estalos de seus olhos pretos, por si só, sempre emudeciam.
Aparecia com o vento espalhando seus poemas bifronte.
Desaparecia depois de entregar seus beijos gelados.
Sobravam almas despedaçadas.
Por quê?
OJOS NEGROS
Con gallardía caminaba solitario por aquellas calles. Solía buscar por entremedio de la gente, bellas figuras que pudieran enmarañarse en sus manos rusticas y sus fuertes brazos.
No le importaba tener que pisar en los charcos, si de aquella agua pudiera filtrar lo puro y lo sano. En lentos sorbos la bebía.
Se mostraba como una escultura guarnecida en oro, aunque supiera que los puros estallos de sus ojos negros, por sí solo, siempre enmudecían.
Aparecía con el viento esparciendo sus poemas bifronte.
Desaparecía después de entregar sus besos gélidos.
Quedaban almas desmenuzadas.
Nota: Esse texto foi escrito primeiramente em espanhol para um exercício literário.
Agradecimentos ao recantista Irineu Gomes por seus versos:
Pelas ruas solitário
Vivia a caminhar
Mas não era solidário
Com quem queria enroscar