Abismo e nunca mais
Olhos vorazes...
Medo, desejo, anseio...
Algumas gotas de adrenalina.
Palavras, ora desconexas, ora indecifráveis.
Abismo.
No escuro, escondido em um canto
Apalpando o chão em busca de alguma sobra
As luzes que se acendem não iluminam
Mas, oriundas de isqueiros, queimam juventudes
E apagam centelhas de vida
Abismo.
Frenético, no anseio insano
De ter mais daquela tão breve alegria
Que por segundos lhe dizem: céu!
Mas, em destroços lhe arremetem
Tão menos segundos depois
Abismo.
Lançada a sorte ao lume
De uma atitude uma vez tomada
De provar um único trago
De queimar uma única pedra
De perder uma única vida
Abismo
e nunca mais.