Anjos visíveis

A brincadeira de pensamentos é algo que me envolve. São muitas às vezes em que me permito voar, segurando apenas nas asas da ludicidade pensante. E vez ou outra encontro-me com palavras, lembranças, mistérios e surpresas...

Outro dia, estive pensando sobre a veracidade dos anjos, passei a questionar a existência desses seres que dizem habitar nuvens e fazem chover magias ao som das suas harpas. São dádivas generosas que vem nos lembrar que há lugares de paz e serenidade e precisamos sintonizar o coração na sua melodia para receber o que há de bom, o que é divino.

Ainda envolvida por esses pensamentos, lembrei-me da dificuldade que o ser humano tem de enxergar além dos olhos, além dos cinco sentidos que nos são dados. São poucos os que se abrem para o amor, ao ponto de mergulhar na freqüência da terra dos anjos. Mas a bondade é grandiosa e nos enviou presentes visíveis, materializados.

Fomos presenteados com anjos que cada pessoa encontraria aqui na Terra. Desses que trazem consigo a paz no olhar, conforto no abraço e serenidade no sorriso. Seres com os quais, podemos compartilhar as sensações de ser humano. Dividir sabores, dissabores, flores, espinhos, sorrisos, lágrimas, conversas e até mesmo o silêncio.

Alguém que é capaz de enxergar o que guardamos no fundo do peito e nem sabíamos que ainda permanecia lá. Que nos traz risos, mesmo quando tudo parece triste ao nosso redor e nos acompanha naquelas conversas bobas, nos momentos de tolices. Com quem compartilhamos sentimentos e desembrulhamos a beleza do afeto recíproco. Com quem a fala e a escuta apresenta um ponto de encontro. Alguém que consegue emanar um bem-querer tão grande, capaz de acalentar o coração.

O anjo que permanece no seu caminho, mesmo quando você insiste em ficar só, e esconde a vontade de estar próximo. Que está sempre segurando a sua mão. Com quem não precisa medir o amor oferecido, nem o amor recebido. Aquele que afasta as nuvens que escondem o brilho da lua e faz clarear o breu das noites, sobretudo, quando a nebulosidade não nos permite enxergar o que é sincero, verdadeiro, o que nos faz bem.

Esse anjo visível que mantém sua vida ligada a nossa, a partir de laços invisíveis de amor. Laços que só são enxergados com o coração. Esse anjo chama-se: Amigo.

Marília Miranda
Enviado por Marília Miranda em 28/08/2011
Reeditado em 21/09/2012
Código do texto: T3187991
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