Peregrinação
Vaguei sem destino, como estrela perdida no infinito.
Revolvi o universo em romaria.
Enjaulei-me num mundo alucinante.
A saudade me martirizava, em busca de um rosto desconhecido.
Que há muito não via...
A aurora desabrochava...
O dia se alongava até o entardecer, o sol rumava para o ocaso.
A lua iluminada descortinava a noite que penumbrava.
Um dia na sequidão de um encontro,
já havia abandonado a doce esperança.
Adormeci e sonhei que tu me sorrias...
No outro dia, noite de abril,
muita garoa e frio.
Como magia, estava na soleira da tua porta.
Admirando teu porte apolíneo.
As pernas tremiam...
Meu coração purpurino
entrou em taquicardia.
Minha voz emudeceu.
A profecia brilhou...
O ponteiro do tempo cedeu.
Colocando-te nos meus braços.
E, num abraço ouvi tua voz sensual.
Teus olhos mergulharam nos meus, cheios de ternura.
Minha alma desnudou-se por inteira.
Os nossos caminhos se cruzaram.
Unindo um amor que parecia perdido em outras vidas...