ENREDOS E VÍCIOS...
Despenhadeiro sem fim, cruel
neste doce e amargo fel
agreste, nas ondas turbulentas
oceano profundo, sinistro, abissal
nuvens nebulosas, tempestade virtual
abutres a espreita do moribundo
à sobrevoar o poeta vagabundo
em agonizante despedida
no lamaçal de mentira e perfídia
a punhalada fincada n'alma pequena
tristemente arrependida, aturdida
ajoelha na areia a pecadora Madalena
nas palavras desconexas da mídia
rodopia, ouvindo ao longe a cotovia
incerta, num enredo de vicios
e medos, neste arremedo de agonia
de tantos temores e suplícios
do côncavo e o convexo, sem nexo
atraído pelo sexo, com tanta euforia
nos poemas de amor, do Vinicius
neste mixto de vaidade e suplício
o eco do grito, jorra ao longe o fel
deste mel...num gozo de tristeza e agonia...