Aquelas Belas Pernas
Vi-a na rua, quase falava quando jurei que não faria,
Mesmo assim ainda a olhei até dobrar o fim da esquina,
Não teve jeito, corri para continuar a observá-la e vendo,
Aquele balançar de saia curta e pernas, e seduzido sendo.
Mais afoito ainda, fiquei na esquina aguardando a volta,
Passava o tempo, passa o vento, mas não passava a saia,
Que me encantaria com aquelas pernas, me rodopiava,
Contorcia-me o pescoço na quina em que eu olhava.
De repente um puxão de orelha quase do chão voei,
Meu pai, irritado perguntava por que o pão eu não levei,
Levei foi um tabefe no pé do toutiço que tudo escureceu,
Via tanta estrela brilhando, e a danada não apareceu.
Corri pra padaria a buscar o pão e leite que faltou,
Com renovada esperança de vê aquela linda flor,
Já com o pão e o leite na mão, ela aparece de lado,
Abestalhei-me, foi pão no chão e o leite derramado.
Ela gentilmente me ajudando e eu as pernas olhando,
Ela pedindo desculpas e eu nada dizendo, babando,
Ela indo embora, linda, em ficando mais encantado,
Depois, pensando triste: “ao chagar em casa tô lascado”.