Aquelas Belas Pernas

Vi-a na rua, quase falava quando jurei que não faria,

Mesmo assim ainda a olhei até dobrar o fim da esquina,

Não teve jeito, corri para continuar a observá-la e vendo,

Aquele balançar de saia curta e pernas, e seduzido sendo.

Mais afoito ainda, fiquei na esquina aguardando a volta,

Passava o tempo, passa o vento, mas não passava a saia,

Que me encantaria com aquelas pernas, me rodopiava,

Contorcia-me o pescoço na quina em que eu olhava.

De repente um puxão de orelha quase do chão voei,

Meu pai, irritado perguntava por que o pão eu não levei,

Levei foi um tabefe no pé do toutiço que tudo escureceu,

Via tanta estrela brilhando, e a danada não apareceu.

Corri pra padaria a buscar o pão e leite que faltou,

Com renovada esperança de vê aquela linda flor,

Já com o pão e o leite na mão, ela aparece de lado,

Abestalhei-me, foi pão no chão e o leite derramado.

Ela gentilmente me ajudando e eu as pernas olhando,

Ela pedindo desculpas e eu nada dizendo, babando,

Ela indo embora, linda, em ficando mais encantado,

Depois, pensando triste: “ao chagar em casa tô lascado”.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 26/08/2011
Código do texto: T3183653
Classificação de conteúdo: seguro