UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Ah, minha São Paulo amada

Quatrocentona continuas desvairada

És a São Paulo de Mário, de Oswald

És Tarsila e também Anita

És Maria, a gari, João, o padeiro

Na precisão urgente

Tens também o pedreiro

Tens, a qualquer hora, o eletricista

Para que não falte a luz na pista

No portão de casa, aos gritos, aquele de bigode farto e grandalhão

Anuncia, para todos ouvirem, é o homem do gás, vai botijão?

Ah, minha louca apaixonante

Para os mais simples, gente que gosto, a saborosa cerveja

Para os chatos mais refinados, à francesa

Tens também espumante.

Ah, minha eterna adolescente

Não tens culpa pelos políticos que mente

Se não cuidam de ti com carinho e esmero

Tens aqui da mistura de gente inté de mundo afora

A melhor comida e os mais variados temperos.

És uma lindeza só

Sou suspeito por tamanha declaração

Garanto que não é passageiro não

É com todo meu amor que brota do coração.