Vento Zíngaro
O vento é a origem dos ciganos – eles dançam movidos pelo ritmo que em todos nós habita: o quicar da Gaia (Terra) na trajetória elíptica de devoção ao Rei (Sol)...
Sua secular alegria, seus oráculos, suas vestes vermelhas, seus pés descalços e as suas muitas jóias faziam que sobre eles uma má fama se alastrasse...
Eles manufaturavam metais e madeiras.
Da língua em brasa medieval, a alegação de que os pregos da crucificação do Cristo teriam sido forjados pela indústria cigana.
Da manha cigana, a escultura em bronze de um Cristo crucificado com apenas três pregos. O povo cigano naquela época detinha o monopólio da metalurgia.
Os ciganos, para justificar a ausência do quarto prego até então mostrado pela Igreja primitiva, contavam que ele fora roubado por uma cigana que desejava poupar o Cristo do sofrimento – a escultura cigana do cristo crucificado com três pregos abrandou as brasas ferinas da inquisição e ficou sendo a representação do crucificado.
Assim, por não se adequarem ao processo de massificação das criaturas, o povo cigano, ao longo dos tempos, foi, por meio de símbolos, salvaguardando a pele que os revestia e preservando a originalidade que os preenchia.
Se bem que perdido, na íntegra, o verdadeiro baralho cigano, existiu, na França, a cartomante madame Lenormand. Ela criou um baralho de 36 cartas inspirada na simbologia cigana.
O vento prometedor da origem cigana propagou aos quatro cantos do mundo a magia contida nas cartas intuídas por Lenormand.
Dentre nós as cartas ciganas, algumas delas personificando orixás da Umbanda brasileira, passeiam pelos quatro mundos de manifestação (espiritual, emocional, mental e material).
Gema