Mora na Filosofia

Mora na filosofia

mas há dias em que visita,

mundos estranhos.

A voz do rádio ecoa nos ouvidos

a aprovação em concurso

que nunca fez.

Faz valer a voz do rádio,

chega cedo então

à velha sede do batalhão

da polícia militar,

posto de trabalho futuro,

acredita piamente.

Bate incontáveis continências

a quem passa.

É dado por louco

nessa noite de lua cheia.

Declina do convite ou ordem

de juntar-se aos loucos do fundo

da praça defronte à guarnição.

Ainda mora na filosofia para no futuro,

graduado, ingressar na psicologia.

Como tantos outros homens, tem sonhos

quando psicólogo, clinicar.

Mora, sim, na filosofia

E ainda por cima é casado

com Santa.

Outro dia,

não tomou suas pílulas azuis,

discursou para estátuas e

recebeu a visita de Belzebu,

um príapo encarnado de grandes peitos.

Como tantos outros homens conhece

de perto a solidão,

nesses dias, percorre as ruas da cidade,

deixa atrás de si rastros de delírios,

sonha entregar-se sem volta a Jesus.

JMaffa
Enviado por JMaffa em 22/08/2011
Código do texto: T3176287
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