Assim falava o caçador
"Não ergo as mãos para o vazio pedindo o impossível".
(R. Tagore)
A todo o momento só pensei nas gerações que virão
Depois...
E que, a língua falada e escrita não são um corpo morto
A profanação do corpo da língua e sua desfiguração...
... Não pode ser vista como um atentado à vida
Nem a cultura social abominará as gírias nessas plagas
Será que estou apto a combater toda e qualquer forma de barbárie cultural?
Homem especialista, abandonado pelas ninfas na floresta do saber
Diante da árvore da vida, optei pelo fruto da árvore do conhecimento
Elas são distintas e continuam à minha frente
Volto, então, para mim mesmo
E o que vejo?
... Byron, Victor Hugo e Brecht entre galhos, fazem-me sombra, mas
Ainda tenho sede, devo alimentar minha essência, como...
... Alguém que tenha pensado e criado no mesmo idioma que o meu?
Em minha cabeça ressoa...
Onde estarão agora...
... Drummond, Quintana, Pessoa?
Devo agir, preciso viver e respirar o novo século
Navegar e buscar as pegadas que me levarão à presa
E, de tanto estudar, compreendi que as pegadas que segui
Eram dele, o filósofo máximo, eram de Nietzsche
Então, o prazo se extinguiu diante dos meus olhos
Eis que, vem o tempo e seus ponteiros e calendários
Rumarei ainda hoje para bibliotecas desconhecidas
E, mais uma vez parto sem dizer adeus aos ordinários
*Aos 501 mestres da literatura mundial