Não importa quem.

Eu estava pensando

ainda há pouco

revivendo

todas as letras de ontem

em todos os momentos

onde amei

e isso poderia ser uma pergunta

onde fui amada

e eu estou tentando mesmo descobrir

porque amor mesmo

eu quase não estou sentindo

nada

nada aqui

tem o mesmo sentido de antes

do choro

de antes da morte, do fim

nada aqui

me faz sorrir daquele jeito

E eu estou mesmo

lutando, tentando

mas as lágrimas, oh, céus, as lágrimas

elas não param de verter

e há sempre aqui

invariável, um tanto inconstante

mas ainda sempre

o silêncio dos olhos, a música presa nos dedos

as lacerações no coração

sempre aqui

não importa quem

a forma é quase sempre a mesma

o príncipe diz "eu sinto muito"

e o menino, "me perdoe"

Mas por que, meu Deus,

nem uma dessas palavras me cura?...

E é aí que eu me lembro

o tempo daquela corte

e o final depois dela

porque, é claro, as palavras

essas sim

pelo menos elas

parecem não me deixar nunca

Mesmo assim, eu sei

elas não mudam nada

"Desculpe".

19/11/2009 - 11:22h.

Lawlieth
Enviado por Lawlieth em 19/08/2011
Código do texto: T3169637
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