ODE AO POETA
O que é o poeta e seu ofício?
Senão o artesão das palavras
Em construção de emoções e sonhos
Ora díspares e sem certa direção
E como uma teia, quem sabe
No fim se encontrarão.
E dessa teia que desatina pensamentos
Uma frase que seja
Transporta-nos para outros pensamentos
Pensar o que se disse, não requer aptidão
Basta apenas dar voz ao coração
Assim me parecem os poetas
Anunciadores de outros por quês e também mundos.
Que sejam loucos ou apenas sonhadores
Mas são eles dos nossos desejos, os portadores
De boas novas e talvez presságios
Ou que não sejam tais mensageiros
O que são, então?
Demiurgos de mundos imaginários
E por que não?
São construtores de emoções
Ou, quem sabe, apenas vetores
Que sejam então.
Nada importa quando tudo importa
É nessa dinâmica em constante transição
Que caminha o poeta
Nunca em linha reta
Porque essa leva a um fim
E o poeta, ora!
Um andarilho nas palavras
Apenas isso lhe impulsiona.