O ÚLTIMO BOÊMIO

Sou o único

na Avenida.

Fora um babaca

que retumba no seu

bólido rebaixado

um serta(nojo)

universitário.

Medito sobre

o mau gosto

imperativo

e a deseducação

de certos (tantos).

Ofereço aos meus

ouvidos a voz

melodiosa

da Mouskouri

Os semáforos

sincronizam

à minha

preferência.

Sinto-me dono

da madrugada.

Algumas luzes

nas varandas,

as mais conhecidas,

me vigiam ainda.

Deverão se apagar

após a minha

passagem.

Na próxima

eu dobro.

A menos que

haja uma porta

aberta de algum

boteco.

Sobraram alguns

casos ainda

não contados.

Sei lá, talvez

os contei e já

não lembro.

Por isso não quero

chegar em casa

com dúvidas.

Preciso acordar zerado...

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 17/08/2011
Reeditado em 18/08/2011
Código do texto: T3165593