O ÚLTIMO BOÊMIO
Sou o único
na Avenida.
Fora um babaca
que retumba no seu
bólido rebaixado
um serta(nojo)
universitário.
Medito sobre
o mau gosto
imperativo
e a deseducação
de certos (tantos).
Ofereço aos meus
ouvidos a voz
melodiosa
da Mouskouri
Os semáforos
sincronizam
à minha
preferência.
Sinto-me dono
da madrugada.
Algumas luzes
nas varandas,
as mais conhecidas,
me vigiam ainda.
Deverão se apagar
após a minha
passagem.
Na próxima
eu dobro.
A menos que
haja uma porta
aberta de algum
boteco.
Sobraram alguns
casos ainda
não contados.
Sei lá, talvez
os contei e já
não lembro.
Por isso não quero
chegar em casa
com dúvidas.
Preciso acordar zerado...