CULPA DO AMOR

Acordei com a sua lembrança, e diante de um vazio percebi que a importância de alguém especial, muitas vezes só é dimensionada através da sua perda.

Às vezes, passamos longos anos ao lado de uma pessoa e não lhe atribuímos o valor necessário, e o tempo – grande mestre da vida – de repente nos tira esse alguém.

A sensação de impotência nos invade, nos tornamos seres minúsculos e incapazes de qualquer reação, e o desespero aumenta quando temos a certeza de que o sol jamais voltará a brilhar.

Tudo isso eu vivo desde o dia em que eu me vi sem você, e na esperança de sobreviver, roubo o passado das lembranças. Meu pranto ecoa ao teu encontro na certeza de que você me ouvirá, mantendo assim, uma ilusão que me ajuda a prosseguir.

Você surgiu em minha vida sem nem ao menos eu esperar, sem eu estar preparada para as consequências dessa vinda. Talvez esse tenha sido o motivo de não ter me doado, de não aceitar a felicidade que estava diante de mim.

Ilusão minha achar que dessa forma mudaria meu destino, pois, o amor possuiu-me sem nem dar chance de dizer não.

Eu te amei desde o dia em que o vi pela primeira vez, embora não tivesse me permitido sentir isso. Com sua chegada minhas esperanças foram renovadas, você me ensinou a amar verdadeiramente, segurou minha mão me guiando nos caminhos desconhecidos, me abraçou quando me senti sozinha, me fez viver quando eu pensava que não existia mais motivo.

Hoje tenho certeza que a minha maior felicidade foi ter te conhecido, e todas as outras foram consequências desta.

Lenice Marques
Enviado por Lenice Marques em 15/08/2011
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