A CIDADE

E de pés descalços

Perambula pela cidade

Em busca de aventuras

Que só a cidade pode oferecer.

É dessa arquitetura para alguns caótica

Um admirador confesso

E deseja após cumprir sua jornada

Nela ser misturado qual concreto

Que dá forma à silhueta urbana.

Não ignora, todavia, ser apenas mais um personagem

Nesse enredo de sonhos e frustrações dia a dia vivenciado

Sabe igualmente como andarilho que é

Que é caminhando que se faz o caminho

E nas calçadas que seus pés já pisaram

Outrora por outros noutros tempos deixaram

Os seus juntar-se-á aos muitos que por ali passam e passaram.

E já aberto o semáforo

Tudo retoma a rotina interrompida

Pela vermelha luz que por segundos tudo fez parar

E ele andarilho nesse espaço de tempo

Divagou em pensamentos silenciosos

E só despertou pela buzina apressada do motorista estressado

E ninguém notou porque estavam absortos nos seus afazeres

E como robôs seguiram seus caminhos.

Que pena, lamentou

A cidade é mais que semáforos e buzinas.