Depreciando a depressão

Depreciando a depressão

Me chame, mas, me chame para um lugar onde eu possa ficar e contemplar cada manhã tendo a noite como guardiã de um sono sem abalos, porque, só assim as manhãs me serão realmente agradáveis. Os abalos começam a tremular minha mente no exato momento em que penso nos afazeres do dia. E o dia está só começando. Minha cabeça começa a ficar pesada, meu corpo parece não querer responder ao esforço que eu ainda não fiz. Dez itens para vir do mercado e, na minha ânsia, trago o dobro e provoco sem que eu quisesse a maior briga com a maior e melhor companhia que alguém poderia ter. Aos poucos vou deixando para traz sorrisos tímidos e, devagar um fio de mágoa tenta infiltrar-se em minha mente combalida e destreinada para assuntos assustadores. Nunca precisei brigar para entrar num shopping e, com o tempo, tornei-me uma expert em descarregar cartões magnéticos. A culpa vinda depois parecia uma estrada que sempre me levava a lugar nenhum. Eu não precisava ter feito aquilo de novo, mas, vem o impulso e, de repente, uma vida esta em jogo novamente. Erroneamente, sinto-me só e o ataque a mim mesma recomeça. Descubro que me retraio a um lugar qualquer da alma afim de não ter que lutar contra imagens vindas do coração. Vou cada dia mais fundo no poço de mim mesma e o meu silêncio serve apenas como uma muralha que, sendo eu apenas emoção, me separa da razão. Tento dar um passo a traz, mas, tal gesto sempre vem com um tom áspero de uma voz há muito conhecida. A depressão esta me levando embora e, tudo o que eu fizer, será inútil a menos que eu despreze os apelos consumistas inerentes de uma sociedade marcada pela decadência dos valores relevantes para construção de seres humanos irrestritos de mente e de alma. Tudo isso sem ter que lutar contra sorrisos que se tem em casa. Posso até não sorrir mais, desde que meus entes chorem menos.

Rubens poeta
Enviado por Rubens poeta em 10/08/2011
Código do texto: T3151265
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