Manuscrito.
Ainda há pouco
a água esbatendo em meu rosto
vermelho
como o coração
quente
como suas mãos
naquele tempo
Ainda há pouco
Me lembrei
E tive tanta, tanta vontade
Mesmo que nunca mais tenha feito
Mesmo que nunca mais
em minha própria letra eu tenha escrito
E faz tempo
Mas eu ainda amo
Faz tempo
e tudo aqui dentro
é ele quem move
ele quem dita
se sim, se não
senão
o que seriam essas lágrimas,
esse desejo e essa saudade
O que seria de mim?
Se não fosse por ele
se não fosse ele
eu nem estaria aqui
não teria esse amargo, esse triste
não teria esse bonito, esse timbre
Não seria eu
Por isso, sim
ainda assim
Amo.
1/7/2011 - noite.