Pelo tudo e pelo nada
Mentes entrelaçadas por um sonho invisível de verão e outono pairam sobre chamas de esperança em louvor e urgem, urgem irremediavelmente por um pouco de tranquilidade. E, por onde quer que passassem, apunhalavam os ares ao redor e queimavam as folhas secas, dormentes, ao chão. Transmitiam, de certa forma, uma tristeza sem som e olhares distintos sem função e se perguntavam o que era, ao certo, distinção. Em um mundo em que não há o que existir, ou o que fingir.
São mentes entrelaçadas pelo tudo e pelo nada, vivendo uma ilusão real, que choca até a mais firme das consciências, chegando à conclusão de que há luz por toda parte – luz até demais. Em mentes inocentes corrompe até os mais fortes e lhe arranca das artérias a vontade de continuar, porque essa luz cega até aos cegos e cochicha até aos surdos. Há luz até demais e então surgiram sombras até demais, onde os que corrompem se escondem, esperando sua nova vítima. Há luz até demais, sabe?