Labirinto.

E onde será que ele pode estar?...

recostada sob minhas letras

foi nele que pensei

me derramando outrora

em letras invisíveis

de liberdade e querer

Eu não o quero

é verdade

mas talvez o queira

E querendo-o ainda

deixei que ele me deixasse

Espumando

volúpica cevei

naquela tarde

quase minha constante fome

E quando ele me envolveu

com força de homem

ah, o que eu não daria

imortalizava o instante do ósculo

ninguém soube

apenas eu

que o meu calor desejava

ao dele juntar

Promíscuo e másculo

ainda assim eu o quis

mau e efêmero

como se nunca era de verdade

Eu realmente fiz

E quebrei minha promessa

mas agora

que importa!

minha alma morta

vaga no limbo sozinha

outra vez

Ai de mim que aqui claustra

Ai de mim que sou mulher

porque queria eu

meus olhos não estariam mais

nos seus

eu ainda posso ver

amor

eu quero muito

sentir

paixão deflagrada

minha eternidade

Eu estou sendo egoísta

mas não consigo evitar

E acho que ele já sente

Quando reclamo minha posse

Só na mente

aquilo que penso ter

ah, não

não estou em dúvida

Eu não os amo, é verdade

mas quanto os amei

em corpo

como quem só deseja

sozinho

E nem um deles agora me pertence

Não me despi

Não me entreguei

"E há em cada canto da minha alma

um altar a um deus diferente".

Lawlieth
Enviado por Lawlieth em 08/08/2011
Código do texto: T3147513
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