Labirinto.
E onde será que ele pode estar?...
recostada sob minhas letras
foi nele que pensei
me derramando outrora
em letras invisíveis
de liberdade e querer
Eu não o quero
é verdade
mas talvez o queira
E querendo-o ainda
deixei que ele me deixasse
Espumando
volúpica cevei
naquela tarde
quase minha constante fome
E quando ele me envolveu
com força de homem
ah, o que eu não daria
imortalizava o instante do ósculo
ninguém soube
apenas eu
que o meu calor desejava
ao dele juntar
Promíscuo e másculo
ainda assim eu o quis
mau e efêmero
como se nunca era de verdade
Eu realmente fiz
E quebrei minha promessa
mas agora
que importa!
minha alma morta
vaga no limbo sozinha
outra vez
Ai de mim que aqui claustra
Ai de mim que sou mulher
porque queria eu
meus olhos não estariam mais
nos seus
eu ainda posso ver
amor
eu quero muito
sentir
paixão deflagrada
minha eternidade
Eu estou sendo egoísta
mas não consigo evitar
E acho que ele já sente
Quando reclamo minha posse
Só na mente
aquilo que penso ter
ah, não
não estou em dúvida
Eu não os amo, é verdade
mas quanto os amei
em corpo
como quem só deseja
sozinho
E nem um deles agora me pertence
Não me despi
Não me entreguei
"E há em cada canto da minha alma
um altar a um deus diferente".