SEPARAÇÃO

O brilho da lua cheia penetra pela janela

E incide sobre o porta-retratos

Que sempre esqueço de retirar de cima da cômoda.

Nele me deixaste guardado

O teu último sorriso.

Numa conspiração diabólica,

Alguém do apartamento ao lado

Põe a tocar um blues da Sade

(Aquele blues, lembra?).

A brisa de outono balança as cortinas da janela

E me traz o teu perfume.

Ah! Meu Deus, quanto tempo levarei ainda

Para te esquecer?

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 08/08/2011
Reeditado em 11/03/2012
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