SEPARAÇÃO
O brilho da lua cheia penetra pela janela
E incide sobre o porta-retratos
Que sempre esqueço de retirar de cima da cômoda.
Nele me deixaste guardado
O teu último sorriso.
Numa conspiração diabólica,
Alguém do apartamento ao lado
Põe a tocar um blues da Sade
(Aquele blues, lembra?).
A brisa de outono balança as cortinas da janela
E me traz o teu perfume.
Ah! Meu Deus, quanto tempo levarei ainda
Para te esquecer?