Pagão.

Onde estava certa noite

Ele mesmo nem sabia

Caminho certo

fim insensato

E o menino em seus olhos

Agora que o vira

mal sabia o que antes importara

mulher e filhos em casa

mau ele ainda o seduzia

ao cabo de encontrá-lo

não podia acreditar

era realmente dele

e só dele o seu pulsar

faminto, por onde andara

todo aquele tempo

e ele já ardia

sem contento

a ausência dele como um fomento

Quem era ele?

Quando finalmente o achou

Sua voz cristalina e clara

o lábio fremido

ah, por que tanto andara

quando já podia estar ali

finalmente a comprimir

o terno corpo despido

Entre olhos nos seus olhos

E atenção às vozes das outras

promíscuo e másculo

mau e efêmero

ainda assim o quis

querendo-o como se não pudesse morrer

E sugando-lhe a carne para o ósculo

acendia-se pouco a pouco

de dentro para fora

de baixo para cima

arrebatado

incontristado

insurreto.

Lawlieth
Enviado por Lawlieth em 07/08/2011
Código do texto: T3145140
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