Pagão.
Onde estava certa noite
Ele mesmo nem sabia
Caminho certo
fim insensato
E o menino em seus olhos
Agora que o vira
mal sabia o que antes importara
mulher e filhos em casa
mau ele ainda o seduzia
ao cabo de encontrá-lo
não podia acreditar
era realmente dele
e só dele o seu pulsar
faminto, por onde andara
todo aquele tempo
e ele já ardia
sem contento
a ausência dele como um fomento
Quem era ele?
Quando finalmente o achou
Sua voz cristalina e clara
o lábio fremido
ah, por que tanto andara
quando já podia estar ali
finalmente a comprimir
o terno corpo despido
Entre olhos nos seus olhos
E atenção às vozes das outras
promíscuo e másculo
mau e efêmero
ainda assim o quis
querendo-o como se não pudesse morrer
E sugando-lhe a carne para o ósculo
acendia-se pouco a pouco
de dentro para fora
de baixo para cima
arrebatado
incontristado
insurreto.