A hérnia
Vou desmaiar,
deitar a dor,
na bengala de um colar cervical,
latejantes vértebras,
que maceram meus nervos,
me espetando,
comprimindo e angustiando.
Me mediquei,
tentei dormir,
virei mil vezes de lado,
me ajeitei de todo jeito,
e só peguei no sono,
depois do efeito torpe,
o calmante da bomba alopática.
Apática, sem movimento,
um súbito descontentamento,
de não poder me mexer,
aflição que faz doer,
e paralisa até os sentidos,
pior do que um encosto,
é uma hérnia de disco