A hérnia

Vou desmaiar,

deitar a dor,

na bengala de um colar cervical,

latejantes vértebras,

que maceram meus nervos,

me espetando,

comprimindo e angustiando.

Me mediquei,

tentei dormir,

virei mil vezes de lado,

me ajeitei de todo jeito,

e só peguei no sono,

depois do efeito torpe,

o calmante da bomba alopática.

Apática, sem movimento,

um súbito descontentamento,

de não poder me mexer,

aflição que faz doer,

e paralisa até os sentidos,

pior do que um encosto,

é uma hérnia de disco

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 07/08/2011
Código do texto: T3144980
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