O silêncio atrás da porta limpava os pés e pós da garganta, como a fuga das tardes trincadas, onde me foram os anéis e todo sonho.
Sonhei por demais, pode ser! E trago esta marca que me olha acastanhada, arremessando o inesperado em meu colo.
Bem sei que não cabe em mim o solitário exercício de rever os discursos que tanto pensaram dizer, e que talvez, por distração, tenham dito.
Não! Este silêncio atrás da porta não é feito de teorias, é meu lado de dentro, que não acha a meada e o rouco grito do lado de fora.
É a aflição exposta do não saber quão escura é a calçada das cores dos sonhos de antes.
Mas o antes não responde agora. O antes é o depois indo embora... E como sempre morri perfurada por despedidas, recolho aceno e palavras.
Não vou resignar-me ao não sonho; não sou mulher resignada!
E já que não posso aceitar
... A deserção que aceite por mim!
Deito as costas sobre a palha do dia
Cheiro exausto jasmim...
Tenho rosto... E rastro de quem já sabia!