A mó do tempo

A mó do tempo

Caminhar sobre os destroços

De um mundo que não existiu,

É o hábito de um viajante do futuro

Eu conheço este enigma estelar

Pois sou um visionário e procuro.

Mesmo o caos que outros vêem

E não percebem, eu percebo;

E com ele sou constante.

A desordem, a falta de esmero,

Que os homens das artes propagaram

Trouxeram-nos à estrada eqüidistante.

Foi por causa desse vil descuido

Que o futuro está comprometido

É preciso deter a mó do tempo

Pra salvar a contento o bem perdido.

São as obras dos nossos dias idos

Bem melhores

Que as dos seus contemporâneos.

Não concebo o medo dos meus pares

De apostarem as fichas que ganharam,

Perdem tempo tecendo fio fino

Como velhas que querem distrair

As pessoas que não olham o horizonte

E nos montes não querem mais subir.

Há quem diga que a fé move montanha

Eu, porém, nesse texto, não quero oferecer,

A visão aos cegos que perderam

A noção e o tato de medir

A distância do hoje ao manhã,

Onde mora a razão do existir.

Brasília 02/12/2006

Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 10/12/2006
Reeditado em 24/11/2008
Código do texto: T314260