Santa Loucura
Deus, permita que a insensatez corra em minhas veias para que eu não seja mais um zumbi, vagando ao acaso pelo mundo. Dispenso a necessária dose diária de anestesia para sobreviver. Quero em mim dores, amores, pavores, sabores, odores. Que minha vida tenha a força de um inferno!
Impeça que a ditadura da moda me domine. Conceda-me a liberdade de escolher sem medo roupas, músicas e livros, ainda que diferentes do gosto popular. Por favor, mantenha por perto os clássicos e que nunca me falte Lispector (Clarice) nem Pessoa (Fernando), mesmo que a modernidade traga bons ventos.
Pai, proteja minha singularidade e me dê forças para que eu não deseje ser outra pessoa, além do melhor de mim mesma.
Proíba-me de viver em busca de verdades e de me alimentar de certezas. Que eu seja punida sempre que a soberba me fizer julgar os outros.
Senhor, que minha nudez não seja castigada e que, na hora do amor, eu possa ser a mais impura das criaturas sem que seja preciso sentir vergonha e culpa.
Não deixe que o dinheiro me domine nem que coisas tenham mais valor do que pessoas. Que minha voz não se cale diante das injustiças e que eu não me acostume com a maldade nem com a pobreza.
Ajuda-me a criar versos que despertem donzelas e prostitutas, bêbados e poetas, anjos e demônios.
Afaste de mim a chatice, deixando que meus erros e acertos convivam numa leve harmonia embriagada, mas não permita que eu ache a burrice charmosa.
Amigo, ensina-me a rir da vida mesmo com lágrimas nos olhos e que nunca me falte a vontade de tentar mais uma vez.
Obrigada.
Amém.
Deus, permita que a insensatez corra em minhas veias para que eu não seja mais um zumbi, vagando ao acaso pelo mundo. Dispenso a necessária dose diária de anestesia para sobreviver. Quero em mim dores, amores, pavores, sabores, odores. Que minha vida tenha a força de um inferno!
Impeça que a ditadura da moda me domine. Conceda-me a liberdade de escolher sem medo roupas, músicas e livros, ainda que diferentes do gosto popular. Por favor, mantenha por perto os clássicos e que nunca me falte Lispector (Clarice) nem Pessoa (Fernando), mesmo que a modernidade traga bons ventos.
Pai, proteja minha singularidade e me dê forças para que eu não deseje ser outra pessoa, além do melhor de mim mesma.
Proíba-me de viver em busca de verdades e de me alimentar de certezas. Que eu seja punida sempre que a soberba me fizer julgar os outros.
Senhor, que minha nudez não seja castigada e que, na hora do amor, eu possa ser a mais impura das criaturas sem que seja preciso sentir vergonha e culpa.
Não deixe que o dinheiro me domine nem que coisas tenham mais valor do que pessoas. Que minha voz não se cale diante das injustiças e que eu não me acostume com a maldade nem com a pobreza.
Ajuda-me a criar versos que despertem donzelas e prostitutas, bêbados e poetas, anjos e demônios.
Afaste de mim a chatice, deixando que meus erros e acertos convivam numa leve harmonia embriagada, mas não permita que eu ache a burrice charmosa.
Amigo, ensina-me a rir da vida mesmo com lágrimas nos olhos e que nunca me falte a vontade de tentar mais uma vez.
Obrigada.
Amém.