O brilho do passista...
O coração do passista mergulhou na folia.
Num aú de capoeirista seu corpo bamboleava no ar.
Com semblante de nobreza meneou a cabeça
e agradeceu a multidão.
A coreografia embelezava seus passos.
Seu porte apolíneo era uma magia.
Tudo era festa e alegria...
Ele não sabia se era noite ou dia.
A verdade é que só o sol sabia,
desabrochou após uma longa noite de folia..
Com cardiopatia e arritmia, aos poucos seu corpo esvaecia.
O jovem menino afastou a sombra da morte, enquanto desfilava na avenida.
Seus sonhos transcenderam novos horizontes.
Com os olhos da alma enxergava um cortejo de anjos...
Enquanto isso, o espírito do menino voava para a eternidade.
A noite chegou como se fosse um carrossel iluminado, contemplando a juventude do passista.
A lua sensibilizada nasceu tristonha, cobrindo de luz cada olhar amigo.
Do rosto lívido do menino, um doce sorriso desprendia, encantando a todos em sua última despedida.
A morte é um axioma que não se pode negar...