Sou um destino
Sou um destino
Quanto romance há num poema?
Faço poesia como quem conta história,
Disse-me certa vez uma alma triste,
Que não falo só de amores.
Conto as mágoas e as alegrias
Dos espíritos sonhadores.
Eu concordo com essa moça,
Que me ler como um profeta,
Ou como um contador de piadas,
Dos malditos perdedores.
Mas, eu ainda tenho mais,
Pra dizer para meus leitores,
Para desconstruir um corpo frágil
Para edificar com esmero
Uma fortaleza indestrutível
Onde habitam os vencedores.
Sou uma ponte entre o ser e o não ser,
Eu sou um destino,
Para os homens que se aventurarem
Nas minhas águas de profundezas.
Uma vez lançado ao mar um barco frágil,
Não poderá mais voltar à praia de origem.
Tempestade de saraiva caiará,
Impreterivelmente naufragarás
Para seres arrastado pela ressaca
De um aborto natural de um ser comum.
Deuses e homens em vão tentarão te seduzir
Com seus discursos, mas tu não os ouvirás.
Todavia, não deves te confundir, não és um deus.
Precisas ainda ter fé, para transportar uma montanha,
Para transformar teu saber em alento para os pecadores,
Para encontrar teu escopo final,
Tua espinha dorsal,
Para te sentares à direita de Deus.
Eis aí o teu destino meu irmão.
Sou um destino para os homens
E um fim para os “meninos”.
Brasília 20/11/2006 Evan do Carmo