CONFESSO QUE VIVI!
Pablo Neruda
Me empresta um pouquinho
Esse título seu
Para eu confessar
Um romance que vivi
Foi uma paixão intensa
Daquelas que só acontecem
A cada década de anos
Pois afinal de contas
Não só de me apaixonar
Tão corriqueiramente
Foi muito frenética
Diria que até faiscante
Rápida e luminosa
Feito o mais belo dos cometas
Quando passou
Feito um vendaval
Deixou marcada
No coração
Uma aurora boreal!