Esperança e ilusão: a irmandade
Ouço uma melodia fúnebre
Ao fundo
Mas não se trata de mais funeral.
É apenas a morte:
A morte dos sonhos outrora sonhados,
A morte dos amores nunca amados,
A morte da esperança
Que nunca deveria partir
Mas parte;
E quando se vai, parte os corações,
Reparte os bens, subtrai as expectativas
E assim se esvai com ela
Os sonhos, os amores, e nós,
Que um dia chegamos sim, a acreditar
Peremptoriamente no infindar,
Vemos e contemplamos como uma imagem
Meio desfocada, lenta e sem som
Toda a vida que existia
Em volta (ou envolta) de uma esperança
De se viver o que a vida,
Além dos sonhos e dos amores,
Poderia vir a nos ofertar.
E aquilo que antes era visto
Como uma construção
Erigida rumo a um futuro breve,
Vem ao chão, como um simples contesto
De que tudo foi uma mera- embora real- ilusão!!